quarta-feira, 2 de setembro de 2015

PRÊMIO PETECA 2015 - SEMIFINALISTA - CONTO OU POESIA - PARAIPABA


A Exploração do Trabalho Infantil


Numa cidadezinha do interior de Minas, moravam muitas famílias humildes. Uma das famílias bastante conhecida nesta região era a de seu Raimundo, por ser um senhor rígido com seus filhos no trabalho.
Este senhor tinha sete filhos, todos abaixo de doze anos, que eram obrigados por ele a acompanhá-lo ao trabalho todos os dias. Eram crianças sofridas que só de olhar dava para ver o sofrimento de cada um estampado nos seus rostos. Crianças estas que não tinham direito à escola e muito menos ao lazer. Eram totalmente escravizadas pelo trabalho infantil.
Certo dia João, um dos mais velhos, cansado daquela vida e vendo seus colegas da mesma idade indo à escola pensou: Como será na escola? O que as crianças fazem? Chegando em casa conversou com a mãe sobre a escola e perguntou:
- Mãe, por que eu e meus irmãos não vamos a escola? A mãe com lágrimas rolando no seu rosto respondeu: Filho, eu já conversei com seu pai e ele não aceita vocês na escola, acha que devem permanecer no trabalho, que a escola não vai trazer comida para casa. João falou:
- Mãe, mas eu quero estudar, aprender a fazer meu nome, descobrir novas coisas. O Lucas falou que a gente aprende muito na escola. Ele falou até no Estatuto da Criança e do Adolescente, que é uma lei que garante os direitos de todas as crianças e adolescentes. Ele me disse que tanto eu como meus irmãos temos direito a escola. A mãe respondeu:
- Meu filho, vou conversar novamente com seu pai sobre este assunto, vamos ver o que ele vai falar. No outro dia, dona Maria falou com seu Raimundo, dizendo:
- Homem, o João veio me falar que quer estudar. O homem respondeu:
- Tá ficando louca mulher! Já disse que menino aqui tem mais é que trabalhar, pode esquecer esta história de estudo.
De repente João entra correndo na sala e fala: Mãe, mãe o Lucas me falou sobre um amigo que temos que é o Ministério Público do Trabalho que defende os direitos das crianças e dos Adolescentes. Ele falou ainda que este órgão combate todas as formas de exploração no trabalho, principalmente as que envolvem crianças e adolescentes, então disse dona Maria:
- Tá vendo Raimundo, este menino fixou esta ideia na cabeça. O menino responde:
- Pai vai ser bom para todos nós, pois a escola nos prepara para um futuro melhor. O pai ficou pensativo e mandou chamar o tal Lucas. João saiu correndo e trouxe o garoto, que logo foi explicando sobre a importância da escola na vida das crianças, falou ainda sobre os órgãos responsáveis em assegurar os direitos delas.
O pai comovido resolveu procurar uma escola e matricular seus filhos. João muito feliz agradeceu ao amigo Lucas pela colaboração e no outro dia, muito feliz, falou para seu irmão que iam estudar numa escola e se divertir de montão.          


Autora: Gabriela Ferreira Mendes

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