quarta-feira, 2 de setembro de 2015

PRÊMIO PETECA 2015 - SEMIFINALISTA - POESIA DE CORDEL - ARACATI


A Peleja de Zuca de Mandóia com a Assistente Social

Começamos este cordel
Pedindo muita atenção
Esse assunto é importante
Para toda a geração
Respeitar todos os direitos
Cumprindo todos os deveres
Explorar criança não!

Precisamos entender
Que toda criança tem seu valor
Tratada com direito e dever
Carinho e muito amor
E conforme sua idade viver
A adolescência perceber
Que trabalhar é só quando crescer!

Mas no caso de seu zuca de mandóia
Cabra duro de entender
Teimoso como uma mula
No caso que vou dizer
Toda a sua ignorância
Junto com o pouco saber
Não deixava a criança estudar e ter lazer.

Zezilim menino excelente!
Filho de seu zuca cabra forte e competente
Em cima da velha carroça
Todo dia seguia pra roça
Mais ao ver os seus colegas
Indo pra  escola
Ficava triste feito um pássaro na gaiola.

Fecho os olhos e me lembro
Das brincadeiras da escola
Das merendas e dos deveres
Era o que eu mais queria agora
E debaixo do solzão
Eu levo logo é um carão
Do meu pai que é turrão.

de repente uma mulher
Pára em frente a carroça
Bom dia cidadão!
O senhor está indo pra roça?
Zuca logo resppondeu:
A senhora é da cidade
Tá fazendo o que aqui, distante da facilidade?

Bom dia! Disse a mulher
Que tem pinta de doutora
Sem arrodeio ela disse:
Pare! Senão eu chamo a promotora
Esse menino vai pra onde?
Devia está é na escola
Estudando e jogando bola.

Dona bibia, mãe do menino
Tão logo respondendo
Com  meus filhos vai tudo bem!
A senhora vai escrevendo
A vida aqui tá difícil até pra dondoca
E pra se comer aqui
Todo mundo tem que ir pra roça!

Logo de repente
Um crachá a moça mostrou
Sou assistente social
Me escute, por favor
Vou lhe mostrar os direitos
Da criança e do adolescente
E assim lhe tornar um cidadão consciente.

Aquele converseiro arrochado
Deixou o povo agoniado
Zezilim escutava  calado
Sem a nada entender
A mulher falava e gesticulava
Tentando a zuca convencer
O quanto era importante seu filho aprender!

Mais seu zuca homem rude
Olhando pra zezilim
Disse botando ponto no fim
Mulher granfina quer nos enrolar
Tirar meu filho da enxada
E colocar um livro nas mãos
Isso eu não concordo não!

A assistente mostrou logo
Fotos de um programa do governo
Falou do peteca na escola
Sobre os direitos de zezilim
Seu zuca qual será sua escolha
Pois a educação dá o saber
Mais o futuro do menino só depende do seu querer!

Zezilim nesse momento
Encheu os olhos de lágrimas
Se imaginou arrumadinho
Caminhando pra escola
Deixando aquela carroça suja
Tirando os pés da lambuja
Pegando o caderno e a bola.

Até que a comadre bibia
Mulher de bom coração
Imediatamente exclamou
Este estatuto meu filho
Tá coberto é de razão
Pois só quer mesmo o bem
Desse pobre cristão.

Nesse momento, senhor zuca se lembrou
Da sua infância sofrida
Dos momentos de dor
Das cantigas de criança
Do sonho de ser doutor
Da escolinha da cidade
Que nunca frequentou.

Ao ouvir tudo aquilo
Zezilim se alegrou
Já foi dizendo ligeiro
Quero mesmo é ser doutor
Obrigado minha assistente
E virando-se para aquela gente
Disse de repente: serei um promotor.

O sonho de muita gente
É ter vida regalada
Zuca grita para todos
Acabemos com a palhaçada
Dona assistente a senhora
Tem é muita razão
Só agora tô sabendo o valor da educação!

Oh! Peteca arretado
Programa de grande ação
Fazendo cumprir a lei
Em toda nossa nação
Sabendo que como zezilim
Por todo o brasil afora
Tem muita criança sendo explorada até agora!

O trabalho infantil
Faz a infância desaparecer
A criança fica adulta
Sem na idade crescer
Passa o tempo sem brincar
Leva a vida a trabahar
É triste o seu viver!

Prá fazer a coisa certa
É preciso ter amor
As crianças e adolescentes
Ajudemos por favor
Chega de tanta exploração!
É petece no coração

Com carinho e fervor!

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