quarta-feira, 2 de setembro de 2015

PRÊMIO PETECA 2015 - SEMIFINALISTA - POESIA DE CORDEL - BARROQUINHA

Herói da vida

Cumprimento aos ouvintes
Que minha história irão escutar,
De uma menina de sonhos
Mas que não pôde realizar,
Seu nome é Andréia
E sua vida vou narrar.

A pobreza é combustível
Do trabalho infantil
Que afeta os direitos
Das crianças do Brasil
O caso que vou contar
É só mais um de muitos mil.

Andréia era uma criança
Que tinha o prazer de estudar
Com sonhos de adolescente
De um dia se formar
Planejava um bom futuro
Para os seus sonhos realizar.

Era de uma família humilde
Conviviam com a pobreza
Seus pais não tinham condições
De lhe dar uma vida de riqueza
Porém eram felizes
Disso tenho certeza.

Certo dia uma mulher
Chega na sua casa a falar
Que não podia ter filhos
 E uma criança ia adotar
Interessou-se por Andréia
Prometendo tudo lhe dar.

Como toda mãe quer
O melhor para o seu filho dar
Ofereceu a sua filha
Para Renata adotar
Com a esperança no coração
Seus sonhos iam realizar.

Então sua mãe lhe disse
- Minha filha venha cá
Não tenho mais condições
De boa vida lhe dar
Vá morar com essa mulher
Pois em tudo ela vai lhe ajudar.

Andréia logo ficou
Com uma dor no coração
Pois não sabia como lidar
Com aquela triste situação
Não queria ficar longe da mãe
Que cruel separação.

Chegando a hora da partida
Andréia sem solução
Lança-se no pescoço da mãe
E diz: - Não quero ir não
Prefiro morar com você
Do que morar em mansão.

Andréia muito tristonha
Se, pois logo a chorar,
Nos braços de sua mãe
Disse: - não quero a senhora deixar
Porém lhe obedeço
Minha vida vou recomeçar.

- Mãe, prometo a senhora
Nunca deixar de tentar
Acredito nos meus sonhos
Só conquisto se estudar
Nunca esquecerei da senhora
Obrigada por me amar.

Renata lhe diz: — Andréia
Eu vou lhe ajudar
Uma vida de princesa
Eu desejo lhe dar
Mas para isso acontecer
Tem que comigo morar.

Chega o dia ela parte
Com tristeza no coração
Mas ela segue seu caminho
Com certa convicção
Que iria ter uma boa vida
Diferente da do sertão.

Nos primeiros dias de estadia
Renata tudo fez para agradar
A Andréia que todo dia
Só queria chorar
Sentia falta da mãe
Queria pra casa voltar.

Mas com o passar dos dias
Andréia não se acostumou
De viver longe da mãe
Por quem tanto lutou
Porém tinha que se forte
Então logo se acalmou.

Conheceu novos colegas
Pois começou a estudar
Na melhor escola que havia
Começou se interessar
Pensando em vencer na vida
Para a sua mãe ajudar.

Renata quando percebeu
Que Andréia se acostumou
Seu lado negro e ruim
Ela logo demonstrou
Dizendo o verdadeiro motivo
Pelo qual a adotou.

Disse: - De agora em diante
De toda a casa vai cuidar
Do banheiro e da mobília
Tudo vai ter que limpar
É melhor fazer tudo certinho
Se não quiser apanhar.

Quando chegava à escola
Vinha à reclamação
-- cadê a tarefa de casa
Disse: - não pude fazer não
quero falar com sua mãe
Por sua falta de atenção.

Quando Renata chega
Para Andréia buscar
A professora da menina
Diz: - Quero lhe perguntar
Por que Andréia não pode
 A tarefa executar?

Renata desfaça e diz:
Quando a professora indagou
Estudava em escola pública
Ainda não se acostumou
Com uma escola particular
Ela logo justificou.

Não sabia a professora
Nem adiantava Andréia dizer
Dos trabalhos pesados
Que tinha que exercer
Só tinha tempo pra trabalho
E mal tinha pra comer.

Os dias foram passando
A situação se agravou
Entre trabalhos e maus tratos
Andréia se entrelaçou
Coitadinha da menina
Sua vida complicou.

Trancada dentro do quarto
Se punha a orar
Orava e pedia a Deus
Que viesse lhe ajudar
Que lhe tirasse do sofrimento
Pois não podia aguentar.

Um dia chega à escola
Com hematomas a mostrar
A professora desconfiada
Se pois logo a perguntar
A menina ficou calada
Nada poderia contar.

Andréia não era a mesma
Foi fácil perceber
Pois da aula não participava
A professora sem entender
Chamou Renata a escola
Para o caso resolver.

- Dona Renata lhe chamei
Para de Andréia falar
Cada dia que se passa
O caso vem a piorar
Ela não cumpre suas tarefas
Isso só faz me preocupar.

- Talvez, diz Renata,
Ela tem tudo nas mãos
Pois comigo ela tem
O que não tinha no sertão
Mas prometo à senhora
Esse caso terá solução.

Ao chegar a casa
Uma grande surra levou
Aquela pobre menina
Logo por socorro gritou
Mas ninguém ouvia os gritos
Que Andréia bradou.

O trabalho era forçado
Para a idade da criança
Que vivia como escrava
Não tinha mais esperança
De um dia ser feliz
E esquecer toda lembrança.

Certo dia um vizinho
Viu aquela agressão
Sabia que era grave
Toda aquela situação
Pois uma criança não pode
Viver naquela humilhação.

Foi imediatamente
Ao conselho tutelar
Que sabendo da historia
Passou logo a investigar
Com ele veio o PETECA
Tentar o caso solucionar.

Certo dia a menina
Acorrentada a se encontrar
- Não aguento o sofrimento
Pedia a Deus para lhe ajudar
Pois não tinha esperanças
De Renata se livrar.

De repente, batem na porta,
Ela demora abrir
A porta vai a baixo
A esperança vai surgir
Andréia mal acreditava
No que estava por vir.

Eram agentes do PETECA
Com o conselho tutelar
Andréia mal acredita
Que eles vieram lhe salvar
E pela a primeira vez
Alegre pode ficar.

Porém ela descobriu
Com toda aquela situação
A sua mãe que tanto amava
A vendeu por migalhas de pão
Foi grande a dor que sentiu
Que cruel decepção.

Aquele caso então
Na imprensa repercutiu
O caso chocou o mundo
Inclusive o Brasil
 A justiça então foi feita
A liberdade ela sentiu.

Foi então para um abrigo
Acabou o seu clamor
Deram a ela alegria
Afeto e muito amor
Aos poucos foi esquecendo
Daquela vida de horror.

Os anos se passaram
Um belo jovem ela conheceu
Eles logo se casaram
Uma vida de rainha ele lhe deu
Era um sonho realizado
Sua alegria mais cresceu.

Mas ainda havia um sonho
Que queria realizar
De se tornar uma delegada
Para crianças ajudar
Queria seguir o exemplo
De quem veio lhe salvar.

Não demorou muito
E esse sonho realizou
A delegada mais bem vista
Andréia logo se tornou
E com um final feliz

Essa história terminou.


Autor: Pedro Ferreira Brito Filho
7º Ano “B”.
Professora orientadora:
Arteiriana Bento da Costa

E.E.F. Carmelita Veras de Paula

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